As incertezas econômicas quanto ao futuro do Brasil, alta taxas dos juros e a queda do real são os principais fatores que têm deixado os brasileiros inseguros para assumir longas dívidas. Mas será que devemos adiar o sonho da casa própria?
O déficit habitacional no Brasil ainda é grande. E para muitos, a compra de um imóvel é a decisão financeira mais importante da vida que exige cautela para a conquista da casa própria.
Nos últimos anos, os imóveis em São Paulo passaram por uma alta valorização imobiliária. Com a expansão do crédito, muitas pessoas aproveitaram para comprar a casa própria, o que contribuiu para elevação dos valores. Construtoras e incorporadoras impulsionadas pelos recordes de vendas começaram a lançar unidades mais sofisticadas e despojadas para um público cada vez mais exigente, acarretando em mais elevação dos preços.
Mas e hoje como está o Mercado Imobiliário no Brasil diante da crise?
Os imóveis estão com os preços estabilizados. As construtoras e incorporadoras estão trabalhando com unidades remanescentes. Por causa da crise, os juros subiram e os financiamentos imobiliários estão mais rigorosos.
Porém, muitos não sabem que em momentos de crise é que surgem excelentes negócios. O ramo imobiliário é um mercado com alto índice de negociação e deve ser explorado com cautela, pois ao encontrar o imóvel que se encaixa com o perfil procurado, a compra deve ser realizada com certa velocidade para não perder a oportunidade. E para muitos especialistas, essa fase é ótima para pechinchar.
"Vivemos o período da contra oferta, então é hora de negociar. Para quem deseja comprar este é o momento, pois há preços convidativos no mercado e quem realmente quer vender hoje tem que usar o preço como atrativo. Quem tem dinheiro e quer comprar agora é a hora", declara José Augusto Viana Neto, presidente do Conselho Regional de Imóveis (Creci-SP).
Mesmo com os juros do financiamento mais alto é possível encontrar ofertas com preços consideráveis e assim garantir um bom negócio. O "desconto" no valor do imóvel vai equilibrar as taxas dos juros.
Vale lembrar que o mercado imobiliário brasileiro já viveu momentos de incertezas como os de hoje. Nos anos de 2002 e 2003, o Brasil também passava por uma crise e o dólar chegou a operar a R$ 4,00. Portanto, quem comprou imóvel nessa época teve esse mesmo imóvel valorizado e passou a valer o dobro do valor pago.
"Falando de desenvolvimento de negócios imobiliários, São Paulo tem uma capacidade de recuperação fora do comum. Basta que o financiamento imobiliário dê um suspiro para que esse mercado se recupere de repente. Quando houve a bolha nos EUA em 2008, os plantões de lançamentos ficaram às moscas. Quando chegou janeiro e fevereiro as transações de imóveis usados subiram, mas em abril, a divulgação do programa Minha Casa Minha Vida trouxe confiança para a população. E a recuperação foi muito rápida", conta Viana.
O momento é de oportunidades para investir na casa própria. Porém, não pode deixar de estudar o mercado, analisar as alternativas de financiamentos e realizar as simulações para ver qual a melhor opção.
Outra questão positiva refere-se ao imóvel que é uma forma segura de preservar o dinheiro além de ser uma fonte de investimento. Imóveis também raramente se desvalorizam, aliás, o que se tem observado nos últimos anos é justamente o contrário, a sua capacidade de rentabilidade só aumenta.
"Já vivemos quantas crises? E em todas demos a volta por cima. Estamos vivendo um momento que era utópico a essa situação. Ninguém acreditava. O pessimismo está instalado e todo mundo condicionado. Acredito que em um curto espaço de tempo, a situação deverá se reverter. O país é promissor. Temos um mercado para atender muita gente", garante o presidente do Creci-SP.