O bairro de Guaianases teve sua formação a partir de um aldeamento dos índios Ururai em São Miguel Paulista e Guarulhos, em 12 de outubro de 1580 (data provável), por Jerônimo Leitão, o “Capitão desta Capitania de São Vicente”. Foram concedidas aos índios “Seis léguas em quadra ao longo do rio Ururaí (hoje Tietê), as quais começaram a partir da onde acabar a data de João Ramalho e de seus filhos e vão pelo dito rio tanto de um lado como de outro até acabarem asa ditas seis léguas, em quadra... com condições de sesmarias conforme ordenação de El-Rei nosso Senhor de hoje para todo o sempre...” (extraídos das Atas da Câmara de São Paulo, 1622).
Assim prosseguiu o dito aldeamento até total extinção dos índios, por volta de 1920. A instalação de olarias na região e a chegada da Estrada de Ferro Norte deram impulso à área. Pelos trilhos vieram os imigrantes italianos estabelecendo-se como comerciantes, fabricantes de vinho, fabricantes de tachos de cobre, ferreiros e carpinteiros. Os espanhóis também se fariam presentes a partir de 1912 para dedicar-se à extração de pedras através das Pedreiras Lajeado e São Matheus.
O crescimento de Lajeado foi lento e embasou-se na presença de imigrantes e de migrantes. A partir da segunda década do século XX a região começou a receber um grande número de migrantes nordestinos, que representariam parte significativa da população local. Mão-de-obra não especializada, os moradores passaram a desempenhar as diversas tarefas requisitadas pela cidade que crescia em ritmo frenético.
Porém, Guaianases tem um dia santo como marco principal, dia 3 de maio, dia de Santa Cruz, isto porque neste mesmo dia, no ano 1861, o Vigário da Paróquia de Arujá, João Cardoso de Menezes e Souza, celebrou a primeira missa e procedeu a primeira benção da Capela de Santa Cruz do Lajeado, que foi reedificada em 1872, quando finalmente começou o povoado em Guaianases.
O bairro recebeu o nome oficial de Guaianases em 24 de dezembro de 1948. Em 1950 a população do bairro ultrapassava 10 mil habitantes, configurando-se naquela ocasião como bairro-dormitório. Por essa época a ligação com o centro da cidade dava-se por meio de uma Maria Fumaça, que perderia seu lugar para os trens elétricos a partir de 1958. O crescimento desordenado do bairro - alavancado, sobretudo a partir de 1940, com a intensificação das migrações permitiu a ocupação de áreas de manancial e de regiões sujeitas a enchentes e de alto risco para o estabelecimento de moradias.
A baixa remuneração fez brotar um bairro embasado na autoconstrução, com residências muitas vezes erguidas em área de risco. O déficit de moradias é um problema que reclama solução urgente, a fim de evitar a continuidade de áreas perigosas e insalubres. Mais de 15% dos 400 mil moradores vivem em favelas, número mais alto que do município como um todo: 11%. De certa forma, o bairro começa a interessar o mercado que vem lançando empreendimentos, a principio para as classes mais baixas, mas aos poucos a classe média – em razão de uma evolução econômica – começa a ser assistida pelos incorporadores.
Guaianases em números
Subprefeitura: Guaianases
Bairros de Guaianases: Bom Retiro, Cidade Popular, COHAB Guianases, Conjunto Habitacional Juscelino Kubitschek, Conjunto Residencial Prestes Maia, Fazenda Santa Etelvina, Guaianases, Jardim do Divino, Jardim Marpu, Jardim São Carlos, Jardim São João, Jardim São Luís, Jardim São Paulo, Jardim Soares, Roseira, Vila ABC, Vila Áurea, Vila Bela Vista, Vila Buenos Aires, Vila Cosmopolita, Vila Cruzeiro, Vila Gertrudes, Vila Lourdes, Vila Marilena, Vila Popular, Vila Princesa Isabel, Vila Santa Cruz, Vila São Geraldo, Vila São José, Vila Solange, Vila Zefira
Estimativa Populacional: 400 mil
Renda média: R$ 649,06
Conhecendo o bairro
Rua do comércio e da estação de trem que serve o bairro, a Avenida Salvador Gianetti é uma das principais via de acesso à Guaianases. Local de convergência e passagem de quem vem do centro e vai para outros bairros e cidades. Nos últimos anos passou por uma reforma que a ampliou e mudou seu entorno. Mas poucos sabem quem foi o homem que dá nome a ela. Salvador Gianetti foi benemérito e antigo morador do bairro de Itaquera. Nasceu em 30 de maio de 1899 e faleceu em 24 de janeiro de 1965. Sua família foi proprietária de uma das mais importantes olarias do início do século XX. Até o Edifício Martinelli (naquele tempo, o mais alto prédio da cidade) foi feito com tijolos da olaria da família Gianetti. Salvador Gianetti dirigiu o negócio e também foi subdelegado. Sua mulher, Helena, foi a primeira farmacêutica do bairro.
Fontes: site da Prefeitura de São Paulo e Wikipedia
Elaborado por: Marco Barone (barone.noticias@spimovel.com.br)