A história está aí para comprovar. O bairro de Artur Alvim foi fundado em 1921, mas, ao que parece, levou mais de 50 anos para ser "descoberto". Foi somente em 1979, com a entrega dos primeiros prédios e casas do Conjunto Habitacional José de Anchieta, ou Cohab I, que Artur Alvim começou a existir no mapa do mercado imobiliário. Afinal, recebeu mais de 75 mil novos habitantes e isso, sim, mudou o perfil do bairro. A inauguração da estação de metrô do mesmo nome, em 1988, com um movimento de 20 mil passageiros/dia, o bairro ganhou importância econômica. Diga-se de passagem, que, quem mora lá, não diz que mora em Artur Alvim, mas na Cohab.
Mas o bairro existia, sim, antes disso. No passado, antes de 1921, o que viria a ser o bairro era um amontoado de chácaras, conhecido como Santa Teresa. Com a inauguração do ramal São Paulo da Estrada de Ferro Central do Brasil, desenvolveu-se a partir da vila surgida em torno da estação projetada pelo engenheiro Artur Alvim, que também construiu a primeira escola do futuro bairro. Era atendido, até 2000, pela Linha 11 (coral) da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos, e tinha a estação Engenheiro Artur Alvim, cujas plataformas foram desativadas para a inauguração do Expresso Leste (mas ainda estão por lá).
Mas Artur Alvim não é só Cohab. O distrito abrange também Cidade A.E. Carvalho, Conjunto Habitacional José de Anchieta, Conjunto Habitacional Padre Manoel da Nóbrega, Conjunto Habitacional Padre Manoel de Paiva, Jardim Artur Alvim, Jardim Brasil, Jardim Cardoso, Jardim Coimbra, Jardim Marina, Jardim Nordeste, Jardim Olímpia, Jardim São João, Jardim São José, Parque Artur Alvim, Parque Bela Vista, Parque das Paineiras, Parque Paineiras, Vila Campanela, Vila Nhocuné e Vila Santa Teresa.
O bairro tem o 58º IDH (Ìndice de Desenvolvimento Humano – medida comparativa usada para classificar os países pelo seu grau de "desenvolvimento humano") da cidade, 0,833, considerado elevado. Em uma área de 6,6 km2 concentra população de quase 105 mil pessoas, o 42º mais populoso cidade, muito em razão da Cohab, que conta com mais da metade dos moradores do bairro.
Outro fenômeno que impulsionou o mercado local foi à construção do estádio do Corinthians. Embora, geograficamente esteja em Itaquera, fez com que o metro quadrado de toda a região – e de Artur Alvim – se elevasse muito – em alguns casos, até, exageradamente, segundo agentes locais, em dez vezes –, principalmente na Cohab. Depois da Copa do Mundo, em 2014, a tendência foi de queda e de arrefecimento do segmento, o que foi bom para quem desejasse comprar ou alugar no bairro.
Artur Alvim ainda é interessante para o mercado, pois possui bons terrenos e casas antigas, que despertam o interesse de empreendedores, notadamente os locais, que atuam eminentemente na região. O bom é que os preços estão, aos poucos, voltando à normalidade do que era antes da construção do estádio. Ajuda também o aumento de interesse, por toda infraestrutura, estações de metrô e acesso fácil a grandes avenidas, como a Radial Leste e Nova Radial, que chega até à Marginal do Tietê, bem como Jacu-Pêssego, com ligação ao Rodoanel e à Rodovia Ayrton Senna.
O bairro mesmo não tem um comércio forte, mas que atende às necessidades locais. Mas está próximo a shoppings, grandes redes de supermercados. Isso ajuda muito. Além do metrô, há diversas linhas de vans, ônibus e ciclofaixa (passa pelo bairro, a maior da cidade, na Radial Leste), as lojas de roupas e calçados, dentistas, farmácias, centros de estética, mercados, mercearias, açougues, padarias, entre outros, também proporcionam empregos aos moradores do bairro.
De acordo com dados do Portal ZL Imóvel, em vendas, Artur Alvim é o oitavo bairro mais procurado na zona leste e ocupa o 12º em número de ofertas no site. Já em locação, é o sétimo em procura e 11º em ofertas.
Segundo o Conselho Regional dos Corretores de Imóveis de São Paulo (Creci-SP), Artur Alvim não entra em consideração, mas Itaquera, que é considerada "Zona de Valor E", como Brasilândia, Campo Limpo, Cangaíba, Capão Redondo, Ermelino Matarazzo, Grajaú, Guaianases, Itaim Paulista, M’Boi Mirim, Parelheiros, Pedreira, Santo Amaro (periferia), São Mateus e São Miguel Paulista, entre outros.